quinta-feira, 9 de maio de 2019

As religiões são paixões


Religiões são paixões, a espiritualidade está no sangue e daí que se possa encontrar inúmeros crentes sem ponta de espiritualidade e pessoas espirituais sem religião. O que está no sangue nunca é uma religião, se a religião não nos for apresentada nunca haverá paixão por ela. A espiritualidade é involuntária. Certas pessoas têm uma pré-dispoição para ela. Nascem assim. Podem vir a apaixonar-se por uma religião, como se podem vir a apaixonar por uma pessoa. A espiritualidade não é uma paixão. É uma comunhão íntima com a verdade que pode ser descoberta ou não ao longo da vida. Há pessoas com essa pré-disposição que nunca chegam a saber que a têm. Outras descobrem-na com a ajuda de uma religião, que é apenas uma ajuda, não a espiritualidade em si. Outras, ainda, nem passam pela religião, vão direitas ao assunto. Estas últimas, nos tempos de hoje são cravadas pelos espinhos da incompreensão. O multiculturalismo que é a verdadeira arma da globalização obriga ao rótulo. Sem rótulos não há multiculturalismo. A diferença intrínseca à espiritualidade é insustentável para a globalização. A globalização não admite o sangue, porque o sangue é a vida e a globalização é uma força de morte. Não admite por isso a espiritualidade que vem no sangue e nos vários planos que o sangue possui desde o mais material ao mais subtil. A globalização tende a reduzir tudo ao mesmo plano, a um só plano. Na espiritualidade há irmãos de sangue. Abosultamente invisíveis aos olhos daqueles que não são irmãos e a qualquer ordem ou religião visível. A música que ouvem é inaudível. Cada fronte sua é única, não sobem a mesma montanha porque cada um é uma montanha, respiram, porém, o mesmo ar.

1 comentário:

  1. Um indivíduo já me disse "Tenha cuidado que o zen não é uma religião é uma espiritualidade"...

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