Bem sabemos que as Idades do mundo, quanto à divisão dos seus ciclos e ao número de anos, têm várias leituras, no entanto, em termos gerais e abstratos, podemos conceber a Idade do Ouro com a duração da totalidade do perímetro de uma circunferência, a Idade da Prata, com a duração do perímetro de três quartos de circunferência, a do Bronze, com a de meio perímetro e a do Ferro, com um quarto dele. Chego a pensar que se o tempo, assim apresentado, é um grande ciclo (evidentemente integrado em ciclos ainda maiores), nós humanos, como microcosmos, teremos essas Idades em nós. E, ainda mais complexo do que isto, sabendo que o tempo não existe, é mera percepção, então, todas essas Idades vivem em simultâneo dentro de nós, o que explicaria algumas angústias e depressões cuja causa é a incapacidade de percepção vívida destas coisas. O adormecimento para esta possibilidade é uma das características da Idade do Ferro. Parece haver uma espécie de determinismo difícil de quebrar. A dialética, quando não mesmo oposição, entre o destino e a vontade, fica sem efeito se vistas as coisas assim, ambos se cumprem alegremente, o destino, como micro-realidade, a vontade como macro-realidade.
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