São os momentos de ler e reler
E por outra vez saberDa alma que no cerne rege
A península exacta do ser
Na voz incandescente do futuro
Não mais é o tempo em vão
Todo uno e assim murmúrio
No qual benditos navegam e vão
Não se omite a palavra
Mas apenas o som que sustémNo choro adivinhado da saudade
Está suspensa a eternidade
Vagas marés de desdém
Nada são para a espuma das ondasCantada alegremente
No palco em concha da Mãe
Deus permite que assim seja
Porquanto se cante a graça DeleErgue-se a chama acesa
Que nem dormindo cessa
E o que é permitido ver
Pode ou não acontecerOu são os tombos dos barcos
Ou força que o Homem quer
No grito e na dor reside
A força do mundo aflitoMas no Amor vivo e profundo
Está a salvação dele e num segundo
(Cynthia Guimarães Taveira)
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