terça-feira, 2 de setembro de 2014

O Tempo




São os momentos de ler e reler
E por outra vez saber
Da alma que no cerne rege
A península exacta do ser
 
Na voz incandescente do futuro
Não mais é o tempo em vão
Todo uno e assim murmúrio
No qual benditos navegam e vão

Não se omite a palavra
Mas apenas o som que sustém
No choro adivinhado da saudade
Está suspensa a eternidade

Vagas marés de desdém
Nada são para a espuma das ondas
Cantada alegremente
No palco em concha da Mãe
 
Deus permite que assim seja
Porquanto se cante a graça Dele
Ergue-se a chama acesa
Que nem dormindo cessa

E o que é permitido ver
Pode ou não acontecer
Ou são os tombos dos barcos
Ou força que o Homem quer 

No grito e na dor reside
A força do mundo aflito
Mas no Amor vivo e profundo
Está a salvação dele e num segundo

(Cynthia Guimarães Taveira)

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