Já lá vão as horas, os anos e os danos e, se assim não fosse, tudo estaria parado em ruínas, feridas abertas e mesmo sendo belas, lembrariam a distância dos lugares por onde nunca andámos e isso fere. Obriga-nos a imaginar, quando não queremos imaginar nada. Queremos lá estar nesses lugares, sem a memória dessas ruínas. Os domingos e feriados foram eleitos para que o tempo parasse e nesse tempo não houvesse ruínas. Uma espécie de tempo elevado acima da multidão e dos afazeres, mas nunca houve um domingo igual a outro e os feriados, múltiplos e de diferentes formas, são a procissão, sem remédio, das nossas memórias. Horas, anos e danos, partem na sua viagem pelo tempo e com eles, os lânguidos domingos de ângulos de luz e os feriados das memórias distantes que imaginamos. No calendário há, de certeza um dia omisso, desconhecido por excesso de beleza e que os nossos sentidos não podem captar sem que haja horas, anos e danos...
Sem comentários:
Enviar um comentário