(De nada
interessa ser louco ou são. O que interessa é o poema que sai.)
E lhe fazem respiração alma a alma
E lhes endireitam as hastes
E lhes redobram as asas
E os ensimesmam de forma tão absoluta
Em arqueologia ainda mais funda
que a verdadeira...
Há anjos que não os deixam morrer
E, no intervalo das multidões sôfregas
Que invadem as florestas sagradas
Nesse espaço de ninguém
Recuperam a flor pisada
Desembocam em cascata
Na verdade que a vida tem
Há anjos criados de sonhos e tormentos
Envoltos nas brumas irrevogáveis
Protegendo o divino navegar
Das sombras mais densas dos abismos
Há anjos que não param, nem para dormir
Ao som das palavras dos que amam
Creem ser elas a razão do seu próprio existir
Há anjos feitos de estrelas
Cujo toque mágico é sincero
Por saberem e terem por verdadeiro
Que a cada poeta salvo
É dado um anjo em tom mais alvo...
(Cynthia Guimarães Taveira)
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