"Série de 10 episódios sobre espiritualidade retratada através da história e das estórias de algumas das ordens espirituais e religiosas existentes em Portugal.
Uma viagem conduzida pelo historiador João Rodil e pela jornalista Rita Saldanha".
Depois de ver todos os episódios na RTP 2 (excepto o último que vai ser emitido para a semana) da série televisiva assim apresentada, fiquei com a ideia de que a História é volátil. Seguindo o guião, não há corrente portuguesa que não seja boa, casta, quisá santa e de boas famílias... Um inocente que nada perceba fica perdido como numa loja de bolos deliciosos sem saber o que escolher. É a chamada História "fast-food", sem complicações nem imaginação. À conta da palavra "tolerância", palavra detestável, aliás, porque nega o Amor, reduz-se tudo à expressão mais simples e é assim que se prova que a "harmonia" (entre aspas, sublinho), entre as partes, se torna possível, nos dias d'hoje, se se for superficial. Quem aprofunda entra logo em desarmonia. O culto e o oculto apresentados são uma espécie de visão "light", passageira (como é praticamente tudo na televisão), a História é volátil e sem rigor, as omissões são construtoras de imagens e os cartões de visita para cada "sociedade", esses sim, são rigorosamente impecáveis e todos iguais uns aos outros. Um tédio, uma maçada e um convite a que os inocentes percam tempo na tentativa de encontrar qualquer coisa. Sem graus de exigência à partida, a chegada fica sempre mais longe. A televisão é, por certo, o meio mais eficaz na informação e na desinformação. De História, este programa não tem nada, é antes um meritório exercício de alguma informação e de muitíssima desinformação. Mas nada mais podemos esperar nos dias d'hoje e muito menos que alguém inocente vá estudar depois de ver o programa, quanto muito, vai a correr bater à porta desta ou daquela sociedade (indiferentemente pois todas aparecem com uma imagem decente, correcta e... politica, por isso mesmo). Estudar, dá muito trabalho e não há tempo a perder, mesmo que se tenha de perder tempo. Com o estudo da História ganhamos tempo, com este programa, perdemo-lo.
(Cynthia Guimarães Taveira)
Fico feliz por saber que manténs a lucidez.
ResponderEliminarFeliz Natal Cynthia
Fico feliz por vir aqui espreitar. Feliz Natal, Paulo. Só nao digo "Santo Natal" porque essas duas palavras juntas me irritam solenemente, (continuo mázinha),Jesus era Santo ou era Especial? E Cristo, era Santo ou era Especial? Mas todos sabemos que "especiais Natais" ninguém deseja a ninguém por serem a-ritualistas...
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