Há pessoas ligadas ao Esoterismo que ainda não perceberam que erraram na vocação. São aqueles que pregam. São os pregadores de panfletos religiosos. Pregam, pregam. Imagino-os como estando melhor num mosteiro ou num convento, a compasso canónico. Outros até pregam de um lado para o outro: num dia são muçulmanos, noutro cristãos, noutros ainda não sabem bem se hão-de ser judeus ou não, mas normalmente recusam porque nessa religião não podem pregar para os transeuntes apanhados numa esquina da vida. São, sobretudo, chatos porque depois dissimulam as pregações em esoterismos tendenciosos e com intuitos de conversão. Primeiro, vieram os judeus. Viam-se como povo eleito, fora do seu círculo, não havia eleitos como eles, "ninguém é como nós", depois vieram os cristãos e, como filhos rebeldes dos judeus, disseram: todos são susceptíveis de ser convertidos, "todos podem e devem ser como nós" e em diversas fases da História chegou mesmo a ser à força, agora é mais com falinhas mansas e muitos esotéricos adoptam esse papel, e os muçulmanos, radicais dizem mesmo "um dia todos vão ser como nós", já se sabe que às vezes é mesmo a mal... Daí que diga para mim própria que gosto de todos aqueles que, sendo monoteístas, não querem converter ninguém. São mais humanos e menos vaidosos das suas opções interiores. De boas intenções está a terra cheia. E lá está, conheci gente cujo exemplo era suficiente e nunca os ouvi dizer "sou isto ou sou aquilo". Esses enchem-me as medidas, e basta olhar para eles e para o que fazem, como vivem e o que dizem sem a carga definitiva que são as religiões e sem querer impingir nada a ninguém. Ah! E não são chatos.
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