segunda-feira, 23 de março de 2015

Acerca da Portugalidade



O que porque outros passaram, pode tornar-se caro, não como pistas mas como confirmações. Aqui, nestas arribas longas estendidas sobre o mar, lembro mestres:

Dalila P. da Costa
Fernando Pessoa
Camões
Bandarra
António Telmo
António Quadros
Sampaio Bruno
 
Neles, o que há de mais comum, mas também de mais misterioso, de mais imperceptível é a ligação a Portugal que dispensa, nas comunhões com as quais nos cumprimos, qualquer vínculo ao que nos seja externo como país e isto porque, pulsando com as paisagens, falando com os momentos e experimentado as letras, foi o quanto bastou para que, para quem tem ouvidos e para quem tem olhos, se aperceba de que este pequeno território e esta cultura feita de pequenos nadas em comparação com tantas outras mais vistosas e grandiosas, é o suficiente para uma união, em corpo, alma e espírito tanto com o país visível como com o invisível, sustentáculo iniciático real, não por via de um imaginário diáfano, mas sim, por via dessa conjunção tripartida feita a consideráveis dimensões. Adoptar qualquer país ou suas ideias antes do nosso será uma espécie de emigração espiritual, arriscando-se a ser, sem retorno, legitima, mas longínqua.


(Cynthia Guimarães Taveira)

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