quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Nascidos em crista


De todos os cavaleiros
Não há um com o caminho igual
Subtraem-se fórmulas e devaneios
Ainda assim, cada um é especial

Nós e encruzilhadas são
Lugares de encontro, e não em vão
Se repetes, não és certo
Se coincides, tens razão
 
Em todos os cavaleiros há
Rugas que pendem paralelas
Aproxima o olhar delas
Cada vale é monte do futuro cá
 
Nunca param os cavaleiros
E pelo mundo vão
Cada passo dado na erva
É pedra transformada em pão

Se de noite espreita a sombra
Da monotonia sabida
Logo de dia se adivinha
A luz em cada ida tripartida

Não há casco que não seja a forma
Do caminho que já foi
Todos eles estão na sombra
do coração que tudo mói

Pobre daquele que já não espera
A surpresa desiludida
Nem encontra, nem navega
a alegria desmedida


(Cynthia Guimarães Taveira)

 

 

 

Sem comentários:

Enviar um comentário