sábado, 1 de março de 2014

Medusa...




Há ventos-fúrias que se levantam como querendo domesticar o nosso humor, mas há humores de rumor de amor tão forte capazes de incomodar o vento.

São ventos de Inverno acessos, em calendários precisos, em descontrolo aparente, mas se ouvirmos e dançarmos ao seu som, são a resposta do sempre-eterno.

Há ventos que se pisam como cobras agitadas na dúvida do que são, mas na voz interna e serena, logo se esvaem em sangue, na resposta dada pelo coração:

- Soprai mais forte porque tentam cantar a Primavera que não são, e só assim se calam as vozes a mais lá no alto da pura emoção.

Sábias são as vertigens das ocas noções de antemão, mais sábias ainda são, aquelas vindouras da aurora acesa em pura improvisação.

Cynthia Guimarães Taveira

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