Quando o paternalismo absurdo nos entra pela casa dentro convém representarmos bem o papel de quem necessita absolutamente dele e, em simultâneo, com gestos simples, demonstrar a dança das virtudes para que os paternalistas saiam de lá com a nítida sensação de que nunca tiveram uma experiência assim. Foi o que fiz há uns dias. Os paternalistas são naturalmente preconceituosos, já trazem uma ideia feita do nosso "circo de horrores" (porque são considerados horrores no seu padrão de vida boçal), mas quando lhes satisfazemos as necessidades (que são sempre do mais básico que há) acrescentando em simultâneo o "horror" e a arte, dá-se neles a vivência do seu próprio paradoxo (levado ao limite) e, a forma como saem, assemelhar-se-á ao discurso que vão ter logo de seguida à dita experiência: irão continuar a apontar o "horror", mas pontuado com o acrescento de um "mas". É nesse "mas" que balançamos livres e nos livramos dos paternalistas. O "mas" que produzem com os lábios, é para nós um "mais", porque é nele que vemos a letra "i" ascendendo ao céu, e deitando por terra a armadura e a arma infanto-juvenil do preconceito.
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