Novos tempos
Causa evidente de toda a desordem
É a submissão aos dias aparentados de diasNa ordem possível tomada como néctar
Está o dia que se sobrepõe ao dia aparente
E se o barco atravessa o rio uma só vez
No alto do sol do meio-dia
E não regressa em nova viagem pela noite
Nunca ele volta em ser e as estrelas brilham
Nem pela metade das metades se fica
No sol que não doira apenas duraComo face de lágrima a meio desgosto
Como lábios a meio de um fogo posto
Causa da desordem evidente é o sonho rarefeito
em bruma baça, morna e invisível
E nem se dormita no alto do meio diaDebaixo da árvore que é a própria vida
Gestos não há que não sejam destino
Toda contradição cabe nele
Suprimo as horas que adivinho
Se no Inverno se canta um hino
Do convés à proa que se eleva
E frente às ondas que não nos temem
Só a asa branca quente e rubra
a nova nau pressente e gera.