quinta-feira, 19 de junho de 2014

Caminho

 
 
Por quem te cruzas nesse caminho
Tão envolvido de tantas coisas?
Quem, ousa falar-te como se a manhã
Fosse a bênção de um dia?
E quem por ti passa de olhar indeciso
Como quem já não acredita na graça?
Com que gesto, se ergue a mão
do vulto que o horizonte trespassa?
E que sorriso se encobre na asa
Da ave  acima e que em ventos te enlaça?
Que caminho há sem ninguém?
Ou sem nada?
Nem flores, nem margens,
Nem alma encontrada
Nenhum caminho é só
Nenhuma vida é desencontrada.
 
 
(Cynthia Guimarães Taveira)

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