Parece andar tudo muito preocupado com a ditadura do silêncio e queixam-se de que não podem falar. Muitos deles foram os primeiros a mandar calar quando lhes foi conveniente. A Inquisição a par com o Salazar deixou um rasto de silenciadores e de silenciados que se revezam nas funções, conforme o tempo, as necessidades, as intenções e as ambições e isto é tão pós - português ... desde a Inquisição que não somos bem portugueses... E eu vejo-os passar em caravanas e só não cantam canções de intervenção porque neste momento se encontram mais à direita no espectro. Um lugar, evidentemente, que não é fixo e muda. Oh, se muda. Os bardos e copistas da história poderão, se quiserem, inventar uma canção de intervenção de direita ou muito Revolução Francesa, não tipo "fado de João Braga" ou "terra de fraternidade que já era", mas, se quiserem, algo do tipo, "as saudades que já tinha da minha pequenina ditadurazinha pessoal que tanto estimava e fazia passar pelo boato, ou pelo vizinho da alegre casinha ali ao lado". Nem um lado nem o outro me convence do quer que seja. São todos socialistas e democratas e quando não são, são todos de extremos. Todos choram e dizem que não podem falar nem divulgar a informação ou desinformação que bem entendem. Tenho uma novidade para todos eles: encontramo-nos num momento da História em que já não há inversão, nem direito, nem avesso (estas noções requerem, apesar de tudo, alguma ordem), encontramo-nos em pleno Caos, em plena dissolução das formas... De maneira que bem podem chorar porque não vos deixam falar pois mesmo que falassem, de nada serviria. Bem-vindos ao clube da inutilidade, já moro nele há muitos anos e há muitos anos, quando me mandaram calar, antevi que vos iriam fazer o mesmo, mais tarde, devido ao movimento do pêndulo. Quem manda calar acaba por ser calado. O lugar mais (des)confortável é aquele onde já não há surpresas que nos façam saltar da cadeira. E vai ser o vosso lugar, por muito tempo. A sensação de inutilidade, porque no Caos tudo é indiferente, vai ser o vosso Inferno. Para onde se virem, aquilo que digam, os gestos que façam, não têm consequência alguma. E se quiserem passar para o lado da Ordem, não quero estar perto do vosso sofrimento. Custa a ver e não sou sádica. Mas que esta é uma grande lição do senhor pêndulo, é. Não mentissem tanto aos outros e a vós próprios... e não teriam de passar por isto. Vocês são o próprio Caos do qual querem fugir. E não sei se alguma vez serão capazes de sair dele. A acontecer até saltam da cadeira (des) confortável onde que se encontram. Nessa altura, voltamos a falar. Até lá, silêncio que se vai cantar o fado dos mariquinhas.
Parece-me que a ideia é destruir a Europa através de várias guerras civis. Deus escolherá os seus, claro.
ResponderEliminarDissolução das formas...
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