quinta-feira, 29 de setembro de 2022
Perigo?
sexta-feira, 23 de setembro de 2022
Actualidade
Lá para Leste ameaçam com armas de destruição massiva “cirúrgicas”,
mais uma das actuais contradições, o massivo e o cirúrgico, equivale a um golpe
do cirurgião em todo o corpo do paciente que, provavelmente, não está assim tão
doente… trememos de medo? Evidentemente que sim. Os loucos que querem ficar
para a História ainda acabam com ela e depois, não há História para ficarem. É o
costume em fins de ciclo. O ambiente geral é tão bom que nem me apetece
escrever. Os ditos tradicionalistas actuais não são mais do que patetas porque
de tradição não percebem nada e confundem-na, à boa maneira freudiana, com tudo
aquilo que se refere ao corpo. É assim que a extrema-direita em Itália avança,
Católica e Provinciana, liderada por uma mulher agora que se exalta com todas
as disfuncionalidades actuais, que são muitas, mas não pelas razões ou valores
que invoca. As disfuncionalidades não se resolvem com outras disfuncionalidades
e a senhora, se fosse conversar com o brasileiro de direita enraivecido que
comanda o país, muito provavelmente, este dir-lhe-ia, para ficar em casa,
recatada, onde se querem as mulheres… ou provavelmente, não. A francesa, eriçada
de direita, cheia de imperialismo francês no penteado, louro e ariano,
provavelmente até a apoia. Assim, mais uma contradição: as mulheres em casa
recatadas sempre, excepto para liderarem partidos políticos que digam que as
mulheres devem ser recatadas… e se não forem, e mostrarem o rosto retirando o
véu, há sempre um país pronto para as matar, como fizeram há pouco tempo, num
desses países do deserto seco e friamente punidor. Se tudo preocupa?
Evidentemente que preocupa… a Europa, tão construída à base de “sonhos” a
seguir à última Grande Guerra, devia rever o que fez e a forma como está a
deixar que os muros de defesa ganhem fendas. Os que seguem estes “tradicionalistas”,
fazem-nos nas redes sociais, sobretudo, e raramente lhes passa pela cabeça ir
viver para os países onde essas criaturas de pseudo-tradição lideram, bem
instalados que estão, atrás do teclado, pelo menos enquanto houver electricidade.
Cirurgicamente, nunca lhes cairá uma bomba em cima porque são “superiores”. Está coxinha, e Europa? Pois está. Tanto que
fez à volta do dinheiro e tanto que quis competir com os EUA que se deixou aprisionar
pelos esquerdismos radicais vindos das Universidades Americanas que sonham com
um mundo perfeito e homogéneo na “diferença”, mais uma contradição evidente. A
Europa está entalada por três contradições: a direita de leste, a esquerda de
oeste, e a sua própria contradição, a sua democracia falsa que sempre alimentou
economicamente impérios dos outros… chineses e tudo. Sempre se achou democrata
porque agradava a gregos e a troianos, sem saber muito bem quem era. O alemão-austríaco
eriçado e de bigode, nos 30 e 40 do século passado, fez questão de deixar um
rasto de destruição de tal modo vasto, que os abutres do poente e do nascente
esfregaram as mãos de contentes: que belo tabuleiro de xadrez para eles jogarem…
e assim é. A Europa da Cultura e da Filosofia, afinal de contas, não era assim tão
culta nem tão filósofa. Por muitos anos sacrificou os países periféricos para
que os países do centro pudessem usufruir dos lucros dos seus diálogos sem fim
com os países da guerra fria, e outros que se lhes juntaram. E sacrificou em
vão, porque agora está entalada e bem entalada. A Inglaterra, a velha raposa,
saltou do barco e navega feliz pelo Atlântico e, tal como apareceu num Jornal
inglês de há muito tempo e em letras bem legíveis, aquando de uma tempestade
que conduziu ao corte das ligações entre o Reino Unido e a Europa, à qual
chamam de “Continente”, alguém não hesitou em escrever nele “O Continente está
isolado”. A mesma notícia poderiam os ingleses escrever agora, enquanto dão vivas
ao novo Rei. Se isto está mau? Está. Nada que não fosse previsível num planeta
que corre para os braços da loucura, aos saltos e com um esgar, por já não
conhecer outra dama senão essa… por cá, o nosso primeiro-ministro, socialista,
compra casas de luxo baratitas em comparação com outras enquanto cala o que aí
vem e o nosso presidente bem lhe pede para que se descosa, coisa que ele se
recusa a fazer. Na verdade, dizer ou não dizer o que aí vem é absolutamente
indiferente porque vem na mesma. E não é bom. Dá-me vontade de dar um conselho
aos líderes actuais cuja qualidade é abaixo de cão (sem querer ofender os
alfas): façam trabalhos manuais e percebam assim que não estamos cá para ter
poder. Houve muitos que o tiveram e todos eles estão mortos e foram
substituídos por outros que morreram também. Não se livram dos ciclos. A
tradição, que tanto apregoam, é a busca do “para lá dos ciclos”, nem é esta ideologia
socialista, tanto de esquerda como de direita, nem é esta democracia de arremesso
de todos os socialistas encapotados de comunistas ou da extrema-direita. Em
suma, não é nada disto. Isto não é nada. É por isso que não me apetece escrever,
escrever para o nada é tão absurdo como parece. Escrever tornou-se num acto
absurdo total, ou não fosse ele um acto contemporâneo e mundano… só aquilo que
não é contemporâneo e mundano escapa a essa condição que rima com maldição. Vivemos
dentro do absurdo. Por mais coerências iniciáticas que procurem, elas não
existem. É tudo verdadeiramente incoerente, do princípio ao fim. A dissolução
efectiva. Se querem coerência, façam trabalhos manuais, até lá, estão todos
loucos. No pior sentido do termo. Não aprendem nada… nem querem aprender. A falta
de curiosidade é a marca da loucura. E a verdadeira curiosidade debruça-se sobre
o Mistério que somos. Tal qual a matéria-prima dos trabalhos manuais. Disso,
quem sabe e quem quer saber?
sexta-feira, 2 de setembro de 2022
"Morro pelas minhas próprias penas"