segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016
Caminho para o Infinito
[E o mais irónico serão, (porque já o foram )
Os caminhos desenlaçados como histórias
E o mais estranho é (porque sempre o foi)
Essa infinitude dos caminhos e da história.]
{Há qualquer coisa de ausente a partir daqui
Como se visse os teus sonhos como romances
E tornasse a lê-los como duplos romances
Rescritos com o mesmo vigor
E tornar a recordá-los uma outra vez
Como se recortasse pedaços de palavras
E deles levasse o que de mais luminoso são
E com eles pudesse
Reconhecer caminhos
E deles também levasse
As flores que se entendem por destino}
]...Não é tão exacto o céu como supões
Dispostos os astros sem contradições
Servem as estrelas o navegar
Mas não servem quem além do céu estrelado ousa passar
Não é exacto por viver no corrupio
Do suor do poeta em desafio
É mais como essas gotas caindo
Por aqui e por ali fazem elas o caminho
Caindo em palavras no papel
São soluços de um coração que não é frio
Guiam sem guiar por quem escolhem
Aparecem sem razão ou previsão
Muito se assemelham ao calafrio
Que há no silêncio donde cai
Essa nota de música que de súbito vem
E revela a exactidão da certeza
Que da alma tanto tempo esteve refém
E para que o espírito viaje
Tem de atravessar as rotas
Entre elipses e cornucópias
Entre todas as linhas tortas
Mais torto que elas delas se desvia
E tão rápido e solto assim vem
Que sem saber dele os astros prosseguem
Seguros e soberanos em seu designíos
São belos vestidos ocultando
Outros e mais secretos sentidos...[
(Cynthia Guimarães Taveira)
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