quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

Negro


[Época de metal agreste
Frias laminadas esculpidas nos rostos
Ácido em nuvens de ácidas intensões
A perder de vista as minhas mágoas
No horizonte atrás de mim]

Época de silêncios que se ouvem
De máscaras que caem sem cair
De extensas vagas de angústia
Que de tanto ser, se distraem de si

Não volto nem um passo
Aos passos que não esqueci
Não guardo nem um só espaço
Dos lugares onde adormeci



Comem imagens como verdades
Devoram letras como ciência
Entram nos corpos e desalmam-nos
Ao longe, isto, espreitam as essências...


(Cynthia Guimarães Taveira)

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