terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Nevoeiro


 De novo este nevoeiro denso e morno que cala o movimento dos sons e nos promete um encontro com os nossos próprios véus. Há, no nevoeiro, uma não separação das águas de cima das águas de baixo que o tornam primitivo. Mergulhamos, de novo, no caldo inicial de tudo e daí, que D. Sebastião, surja dele renascido. Imerge Portugal no nevoeiro e só dele emerge. Se fosse contar os dias de nevoeiro, nesta terra, somariam um terço do ano. Aquele terço que toca os outros dois tempos, passado e futuro e que é um eterno presente nessa constante ocultação e desocultação deste corpo pátrio. 

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