segunda-feira, 15 de abril de 2024

Judeus


Fui ganhando respeito e admiração pelos judeus ao longo dos anos. É uma coisa que se aprende. Condenados a serem nómadas, sem terra, sobreviveram pelas suas crenças, os seus valores, a sua cultura , o seu amor às letras, a sua forma de ser (que são variadíssimas), muitas vezes mal tratados apenas por serem diferentes (como os compreendo), muitas vezes bodes expiatórios de tantas situações. A Europa, no mapa está cercada por uma ferradura islâmica. Relativamente ao Islão, que tende a não fazer a exegese do texto sagrado (ao contrário dos judeus que são viciados nisso: para eles um novo ponto de vista sobre o texto é considerado e guardado e lido) e que tende a depositar as esperanças em líderes e em Deus, mais do que no povo (muito ao contrário do judeus, que depositam a esperança nas pessoas e em Deus) e que tende ao conflito, mesmo entre eles, com as suas sistemáticas divisões, esse, não me atrai tanto, talvez por ser mulher e não gostar da forma como essa religião as trata (nada que o ultra catolicismo ou o ultra judaísmo ortodoxo não façam também, é verdade), mas o que menos me atrai no islamismo é a simplicidade: cinco pilares e está feito um muçulmano. O Judaísmo e o Cristianismo, são complicados, sendo que o primeiro ainda é o mais. A vida é complicada e, nessa medida, estão mais próximos da vida e da Vida. Há pessoas em Portugal que se esqueceram da forma como Portugal foi construído: só há Portugal porque houve resconquista cristã. Parece-me que se se passa na Idade Média, conquistar território aos muçulmanos (que são altamente territorialistas), então é legítimo, se os israelitas, rodeados que estão por países muçulmanos, constroem um colonato, cai o céu e a trindade. Eles têm de ser sempre bodes expiatórios de alguma coisa, e no caso português, a reconquista ainda é mais doida: muito território moçárabe e muitos moçárabes (cristãos que viviam sob o domínio muçulmano) morreram às mãos dos cristãos vindos do Norte. Isso é legítimo, aos olhos de alguns apenas porque se passou na Idade Média e não agora, pois conquistar território a muçulmanos de forma a defender uma nação nos actuais dias é criminoso... dois pesos e duas medidas. Seriam os países muçulmanos os primeiros a querer ajudar os palestinos, mas como sabemos, não ajudam, nem querem saber (a humma é uma utopia) porque entre muçulmanos nunca houve paz, nem sabem o que isso é. Ontem vi um filme extraordinário: "Fica connosco" de Gad Elmaleh, inteligente, benigno e com sentido de humor. Aos que me espiam secretamente, recomendo, mesmo que me odeiem por este texto. Francamente, o filme vale mais do que qualquer ódio. Vale pelo humor, pelo amor e pela Vida. 

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