Os estrangeirados resumem todo o país a um passado mal resolvido. Como se o nosso país não tivesse um passado mais do que resolvido. É uma forma de argumentar que os ajuda a perpetuar a traição, a impor-nos uma língua e um imaginário (com a desculpa vaga de uma qualquer aliança antiga, muito mal conhecida, muito mal explicada) que não é o nosso. Tornam tudo medieval porque, segundo eles, nessa altura, as coisas viviam lado a lado, mais do que isso, embrenhadas umas nas outras. Mas o que trazem eles senão uma língua e uma pátria que não é a nossa,? E mesmo que essa pátria tenha nascido cá e ido para países longínquos, não foram eles, mas sim nós, que fizemos os Descobrimentos. Desdobram-se em jogos de cintura mas não passam de "transformadores" de mentes pela língua estrangeira. Vendem iniciações pelo correio, como os americanos, vão sendo um pouco de tudo, à vez, daquilo que é esotérico, como se isso se comparasse à Alquimia dos Descobrimentos. Infligem iniciações "crísticas", com a escola toda dos teosofistas que baralham para terem a última palavra. Vendem aliás um pouco de tudo para baralhar ainda mais. Não são nossos primos porque as gerações se afastaram. Vêm simplesmente de fora. O passado deles é que está mal resolvido. O nosso não. E não escapam ao olhar atento do anjo Custódio. Não escapam a quem deu o corpo como testemunha. Não escapam a quem é Portugal. No presente e não num sonho vagamente medieval. Para sonhos desses estão cá os de Alá. Nós, por termos feito os Descobrimentos, podemos dizer, sem dúvida, que viemos do futuro. E que a 'Língua Portuguesa, é a nossa pátria". São traidores e tomaram de assalto a serra sagrada. Que não é deles, nem nunca será. Têm o mesmo pensamento que os canais de televisão que nivelaram tudo por baixo. Dão um bocadinho de tudo a todas as pessoas e muito do pior a todas também. Já tinha acontecido antes, vindo do mesmo lugar. Os estrangeirados não largam o osso até obterem o que querem. Até destruírem por completo o melhor que temos. São vendedores mas o seu propósito é muito pior. Não têm a classe de um indiano, não têm a fidelidade de um africano, não têm a sabedoria de um índio, não têm o segredo de um extremo oriental. São ruínas deles mesmos que vendem a terceiros.
quarta-feira, 30 de outubro de 2019
Os estrangeirados
Os estrangeirados resumem todo o país a um passado mal resolvido. Como se o nosso país não tivesse um passado mais do que resolvido. É uma forma de argumentar que os ajuda a perpetuar a traição, a impor-nos uma língua e um imaginário (com a desculpa vaga de uma qualquer aliança antiga, muito mal conhecida, muito mal explicada) que não é o nosso. Tornam tudo medieval porque, segundo eles, nessa altura, as coisas viviam lado a lado, mais do que isso, embrenhadas umas nas outras. Mas o que trazem eles senão uma língua e uma pátria que não é a nossa,? E mesmo que essa pátria tenha nascido cá e ido para países longínquos, não foram eles, mas sim nós, que fizemos os Descobrimentos. Desdobram-se em jogos de cintura mas não passam de "transformadores" de mentes pela língua estrangeira. Vendem iniciações pelo correio, como os americanos, vão sendo um pouco de tudo, à vez, daquilo que é esotérico, como se isso se comparasse à Alquimia dos Descobrimentos. Infligem iniciações "crísticas", com a escola toda dos teosofistas que baralham para terem a última palavra. Vendem aliás um pouco de tudo para baralhar ainda mais. Não são nossos primos porque as gerações se afastaram. Vêm simplesmente de fora. O passado deles é que está mal resolvido. O nosso não. E não escapam ao olhar atento do anjo Custódio. Não escapam a quem deu o corpo como testemunha. Não escapam a quem é Portugal. No presente e não num sonho vagamente medieval. Para sonhos desses estão cá os de Alá. Nós, por termos feito os Descobrimentos, podemos dizer, sem dúvida, que viemos do futuro. E que a 'Língua Portuguesa, é a nossa pátria". São traidores e tomaram de assalto a serra sagrada. Que não é deles, nem nunca será. Têm o mesmo pensamento que os canais de televisão que nivelaram tudo por baixo. Dão um bocadinho de tudo a todas as pessoas e muito do pior a todas também. Já tinha acontecido antes, vindo do mesmo lugar. Os estrangeirados não largam o osso até obterem o que querem. Até destruírem por completo o melhor que temos. São vendedores mas o seu propósito é muito pior. Não têm a classe de um indiano, não têm a fidelidade de um africano, não têm a sabedoria de um índio, não têm o segredo de um extremo oriental. São ruínas deles mesmos que vendem a terceiros.
terça-feira, 29 de outubro de 2019
Os fazedores e os que fazem
No filme realizado e protagonizado por Clint Eastwood, com o título “Million Dollar Baby – Sonhos Vencidos”, a páginas tantas do guião, o actor diz. “Hoje em dia todos querem ser celtas”. Na altura achei graça devido ao gosto que tinha e que tenho, pela chamada música celta. O actor deveria vir agora a Portugal. Por aqui, todos querem ser celtas, ou templários, ou rosa-cruz, ou magos, ou vikings, ou bruxos ou extremo-orientais, ou tibetanos ou o que seja. Depois dos últimos representantes maiores da filosofia portuguesa terem partido, pergunto-me sobre o que se passa. Os grandes, maiores, como Dalila, Agostinho, Quadros, Telmo, limitaram-se a ser eles próprios. Os desalmados de hoje pertencem a grupos, ou étnicos, ou esotéricos, e até mesmo dentro da filosofia passou a existir uma cisão muito vincada entre católicos e maçons em jeito de Dan Brown (por muito que façam pouco do autor, ele limitou-se a espelhar a realidade). Pessoa que é pessoa tem de estar agrupada e em muitos casos “agrupalhada” ou até bi ou tri ou poli-agrupada ou agrupalhada.
Ser naturalmente o que se é, é sinal de heresia. Ir sendo, ainda é pior por causa das incoerências francamente insuportáveis, no meio da esquizofrenia e bipolaridade como formas de “respiração” consideradas normais. Ainda estou para encontrar um que diga que não é nada, nem coisa nenhuma. Essa maravilhosa taça zen vazia. Normalmente os “cheios”, cheios de si que se colam a um grupo maior, étnico, esotérico ou qualquer outro, não colocam o seu nome no centro do labirinto, como Dante, Dürer ou Camões (Pessoa colocou-se em todas as partes do labirinto) porque isso seria considerado “ego” a mais. Mas o que noto é que os egos que nunca mais acabam, templários, rosa-cruz, magos e etc... e tal, são muito pouca coisa, e, por isso, sentem necessidade de juntar qualquer coisa ao seu apelido. São os tais casamentos por conveniência que os levam depois e, pelos anos fora, a saltitar, por aqui e por ali, aos encontrões e aos desconcertos enquanto produzem aquilo a que chamam “obra”, embora de criativos não tenham absolutamente nada; limitam-se, a grande maioria deles, a eliminar quem tenha um pingo de criatividade do seu caminho. Qualquer tipo de criatividade só serve para lhes fazer sombra ou para os remeter para um altar de sabedoria se calha serem eles os visados (positiva ou negativamente) pelo artista, ou seja, andam às cavalitas dos artistas quando podem, como, aliás, qualquer bom burguês -- sim, essa burguesia enfadonha que criticam tanto e que muitos deles dizem contrariar com laivos de gnosticismo onde a moral serve para tudo: para puxar por ela quando estão à beira de se escaldar ou para a recusar quando já estão a morrer de tédio com o enfado da vida que levam… são, de facto, maravilhosos – perfeitamente assumido. É o tal gnosticismo plástico e adaptável às necessidades do momento e, até mesmo, às da idade.
Mas, continuando. Ser natural, ser-se quem se é, isso é
coisa difícil. Por dois motivos. Quando não se é grande coisa isso é uma
chatice, quando se é até mais do que aquilo que se pensa, eis as portas do
sofrimento, da desgraça e dos tais perseguidos e amaldiçoados em terra, a escancararem-se
diante de si. E todo o trabalho que isso dá e todo o trabalho que se tem pela
frente quando essa realidade é desvendada, conscientemente ou inconscientemente.
Neste caso a consciência é suplementar porque aquilo que interessa é o que se
é, de facto e, aí, estamos a lidar com uma coisa que está fora de moda: a
verdade. Uns dizem do alto do púlpito celta: “Ah, a verdade, ou, o que é a
verdade?”, outros, do alto do púlpito “seja do que for”, que ninguém possui a
verdade. Ora aí está meio caminho andado para se “agrupalhar” ou “agrupar” (há
uns grupinhos um bocadinho muito pequenino melhores do que outros); quando
ninguém sabe, ou ninguém tem a verdade, como bolinhas de mercúrio, agrupam-se. E,
como ele (o mercúrio) comunicam muito, espelham-se muito, aglutinam-se muito e
são acéfalos porque só há uma gota, uma cabeça que é a do grupo porque “juntos
somos mais fortes” e somos todos uma família, democrática, claro, nada de Pater
ou Mater ou quando os há é por fidelidade à tradição seja ela qual for… qualquer
coisa serve porque ninguém estuda, de qualquer forma.
Ora os exemplos destas figuras exemplares da nossa história,
como Pessoa, Camões, etc (basta
consultarem algumas biografias na Wikipédia), mostram que, difícil mesmo, é
ser-se forte sozinho. E ninguém quer coisas difíceis. O ser-se forte sozinho
implica um confronto frente a frente com Deus. Um confronto com o Anjo. Um
confronto com nós mesmos. Um confronto com a Verdade, em suma. Terrível, mas
muito mais iniciático, incapaz de enganar na imagem projectada que é sempre
decadente, suja, maltrapilha, vacilante, duvidosa, temível, frágil, mas densa,
muito densa. Exactamente o oposto dos fazedores de discípulos, de adeptos de
equipas, de perdidos da verdade que dão a imagem de a terem.
Clint Eastwood, o durão dos filmes de murro e pontapé, intuiu
isto muito bem (o filme é praticamente todo dele), quando disse, com um ar
ligeiramente irónico e sábio: “hoje em dia todos querem ser celtas…”. Quando não
se quer ser coisa nenhuma, então a estrada abre-se à sua frente, e é ainda a
estrada larga, porque a outra, estreita, é, quando se quer fazer alguma
coisa sem se saber muito bem o quê… e repito, sem se saber muito bem o quê. É
apenas uma vontade. Mais forte do que o mundo. E há outras estradas ainda mais estreitinhas mas dessas...
As bodas
E lá está. Aquilo que se aprende neste país é que não há um projecto para ele porque quem deveria conhecer e amar este país não o conhece nem o ama. Andam meia dúzia de gatos pingados por aí que ainda percebem alguma coisa disto. Mas àqueles que decidem, o país passa-lhes ao lado. O Marcelo Rebelo de Sousa, no seu discurso, foi falar ao Primeiro Ministro das Bodas de Canaã. Disse que estava escrito que o primeiro vinho era melhor do que o segundo. Pedir um milagre a um Primeiro Ministro ateu é um alto grau de exigência. Às vezes não sei se ria ou se chore. Ou se espere por melhores tempos. E foi logo às Bodas de Canaã... Quando decido rir, vejo o Governo Sombra, assim finjo que está tudo bem e que o mundo é uma imensa gargalhada. Quando decido chorar, entrego-me ao estudo e espero que a bomba estoure. Há sempre mais qualquer coisinha para nos chatear.
Nos entretantos passeamos por aqui e por ali. E esperamos mudanças de comportamento visíveis e palpáveis. Isso sim, seria um milagre.
segunda-feira, 28 de outubro de 2019
sexta-feira, 25 de outubro de 2019
Há birra no supermercado
“Ah! Mas o que queremos é recuperar o «espírito» dos Templários!”
Ora bem, ninguém é templário por querer recuperar o espírito
seja do que for. Em primeiro lugar o espírito não se “recupera” porque nem está
doente, nem é “recuperável”. Ou está ou não está. Em segundo, há aquela noção
muito estranha de que o espírito é o auto-convencimento, a sugestão e até mesmo
a auto-sugestão. O espírito parece estar muito distante de tudo isso. Conquista-se
e não se conquista. Não há diferença entre uma criança que finge ser índio ou
cowboy depois de ver um Western e este tipo de “espiritualidade” templária
feita à custa de várias imagens e de várias leituras. Como já disse num dos
textos deste blogue, se formos por aí, todo o mundo é uma mera e grande
sugestão até porque estamos rodeados por símbolos quer tenhamos consciência
deles ou não. Viver a vida com
sinceridade parece ser hoje o mais difícil, sem artifícios neo-rituais. Em
terceiro, a vontade é surpreendentemente simples e lembramos que a vontade é atributo
da Iniciação ao contrário do que se passa no misticismo (como bem apontou Guénon)
cujo caminho pode desembocar, ou não, na Iniciação e se o faz é porque sim. Apenas
porque sim. Lembro que Dalila Pereira da Costa faz exactamente a mesma
distinção como já foi apontado também num texto deste blogue (os interessados
que façam o favor de ter vontade e de procurarem porque o facilitismo desta época
é a base da inércia que é o oposto da vontade).
A vontade, aqui, aparece como uma palavra isolada porque,
neste caso, ela é tudo. Ela não necessita de paramentos, de rituais, de fardas,
de armaduras ou de palavras outras, quaisquer que sejam.
Evidentemente que estamos num estado de pré-guerra se é que
não é já mesmo de guerra, mas nunca estas foram ganhas com boas intenções (está
cheio, está). Elas são travadas com e para o Espírito ou contra ele. Se se
parte do princípio de que o Espírito é algo que se perdeu e que tem de ser “recuperado”,
então estamos a ver tudo ao contrário. Se se parte do princípio de que o
Espírito é obediente ao “auto-convencimento” ou à sugestão auto infligida ou
não, então é uma imagem rarefeita e invertida do Espírito, porque
definitivamente isso não é Espírito. E se se parte do princípio de que o
Espírito pode ser evocado então estamos a falar de magia porque estamos a falar
de evocações. Não me parece que o Espírito vá nessa… porque seria contradizer
as palavras do Evangelho de Mateus. “Onde dois ou três estiverem reunidos em
meu nome, Eu estarei presente no meio deles”.
“Em meu nome” não é o mesmo que dizer “a chamar por mim”. O nome é uma
presença, neste caso, se partirmos do princípio que Cristo é espiritual, então
faz sentido e, ou está, ou não está.
Tudo isto se torna deveras complicado porque não estamos a
falar de crianças que “querem” e são até capazes de fazer birra no
supermercado. O terreno é quase paradoxal sem chegar a sê-lo. Conquista-se e
não se conquista. A vontade é uma palavra isolada de tudo e, no seu último grau
(na sua elevação máxima) é união.
Deste modo podemos dizer que esta onda neo-templária é produto
da política, com o seu modo de ser desenraizado, sem espírito (está perdido,
não é? Um pormenor engraçado: a Catarina a quem dou explicações, disse-me no
outro dia que tinha pena de ter deixado de ser um espermatozoide porque, por causa
disso, tinha que fazer os trabalhos de casa – cada um sabe o que perdeu…), sem
sabedoria e, quando é assim, mais vale reconduzir as pessoas à realidade,
colocando-as a limpar o chão, a lavar a louça, a fazer os trabalhos de casa e
coisas assim, até que… talvez sim, talvez não. Depende da vontade e de como é
escutada. E do “porque sim”, claro. Pelo menos é uma forma sincera de estar na
vida, ou de fazer um trabalho honesto como diz o povo.
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