sábado, 5 de setembro de 2020
Lodo
Das coisas com as quais mais custa a viver é com a falta de confiança. Aprendemos a viver sem confiança numa série de coisas: sem confiança nos governantes, na ciência, nos laboratórios farmacêuticos, nas seguradoras, nas diversas entidades que nos fornecem alguns bens como a electricidade, por exemplo. Também não confiamos na ONU, nem nas ONG. Confiamos pouco ou nada naquilo que nos rodeia. Basta ouvir uma conversa de café. Vivemos na desconfiança. É o ar que respiramos diariamente e, agora, é concretamente o ar que respiramos, com o vírus. Uma sociedade assim, é uma sociedade profundamente triste. Não digo que seja depressiva porque a depressão é considerada uma doença com possibilidades de cura. A depressão pode ser apenas uma das formas para as quais a tristeza avança. A tristeza é um estado de espírito. Ou antes, a ausência do espírito. Frequentemente ouvimos dizer: "É uma tristeza." E é. Os corações inquietam-se e choram e a esperança é fugaz, não é duradoura como a tristeza. Vivemos numa sociedade triste e desconfiada. As mais simples respostas que obtemos depois de se fazerem algumas perguntas a alguém denotam isso. Sem confiança, mundo não é um sítio decente para se viver. É um pantanal, lodoso e falso.
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