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Se preferem ou se só sabem assim, comecem por ser pirosos e
assim genuinamente tenebrosos, se só conhecem essas rosas de rosa fofo e
branquinho puro a contrastar. Se não vos foi dado a preferir das duas uma, ou
não começam por nada e se limitam a imitar ou então, choro por vós que genuínos
já nasceram, únicos e originais e sem ter essa ambição. Claro, que vocês, os
últimos, são o meu motivo de pena... coitados sempre que enfrentam a ousadia de
um futuro que vos violenta. Os outros seguirão o curso do rio, natural e límpido
com uma ou outra pedra no caminho, estrelas navegando num céu certinho.
Mas ai de quem que não procurando encontra
Não temendo foge
Não amando ama mais
Ai de quem vivo se faz morto por desporto
e quando da morte diz que é apenas sorte
E ri dos ais das quedas
E ascende num só salto
Como um rasgão impenssavel as altas esferas
Deles só outros iguais se aperceberão
Tudo o mais é redução
Temperada, equilibrada
De sabor calculado e acabado
conveniente à emoção
E, mais tarde ou mais cedo,
depois de tal ilusória sublimação,
os que por ais não solto
antes um sorriso de gratidão
procurando não encontram
temendo, fogem
amando amam menos
e deles exala o perfume
a subtil odor infecto
e por quem por ais solto
colhem nas trevas que deles resta
toda a luz do sol em festa...
se por ais e arrepios
por mim me vires passar
toma em conta o destino
que por maior nos fez encontrar.
(Cynthia Guimarães Taveira)
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