Até os mais satisfeitos com o mundo, os que diziam que estávamos muito bem, os que apregoavam que estávamos no bom caminho, os que não duvidavam da evolução para eles bem visível, os que soltavam "yupiiis" pelo avanço civilizacional, com a pandemia, vejo-os agora cabisbaixos, a desencantar a perda de valores do baú para onde tinha sido atirada e arrumada no fundo da cave, a estremecer com as faltas de certezas relativamente ao avanço científico e que legitimavam a superioridade da modernidade, a acordarem com a ressaca das pré e pós vacinas, a virarem a agulha no seu discurso tão optimista quanto falso embora fossem, e disso não há dúvidas, extremamente verdadeiros nas suas crenças (quase religiosas, mas normalmente ateias) num presente melhor do que qualquer outra época devido à entrada por ele adentro de um futuro que se podia contemplar com os próprios olhos e tocar com as próprias mãos. As semelhanças com a segunda metade do século XIX e princípios do século XX, são assustadoramente parecidas até na crença de que a guerra é coisa fácil e até boa e que matou vários milhares de iludidos nas trincheiras havendo quem a deseje por se julgar num filme. Agora, andam às arrrecuas, passo a passo, em câmara lenta para ver se ninguém repara na voltinha do jogo de cintura. Se uma memória de elefante incomoda muita gente, duas memórias de elefante, incomodam muito mais.
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