Talvez o mais parecido com esse sentimento seja uma árvore. Parece pouco provável que um sentimento se assemelhe a uma árvore, mas, se pensarmos no reconhecimento d'alguém como o tronco e os ramos, veremos que esse reconhecimento é sólido, com raízes e ascendendo ao céu e que as folhas, em comparação, são as de uma árvore caduca, nunca as mesmas de ano para ano, efémeras e com pouco peso se comparadas com a solidez do reconhecimento. Como se esse alguém, ao falar, lançasse folhas ao vento, passageiras, belas num momento, desaparecidas noutro. Mas o tronco é ancestral, antigo e inabalável e a calma do lago que o espelha e olha, nasce desse desse tronco. É o lago que o reconhece e nem uma brisa faz oscilar esse reflexo preciso e exacto. A calma é assim, acompanha o tempo na sua profundidade, e é por isso que consigo traz a alma, a pedra sólida e a água serena. Um reconhecimento é algo de completo em si.
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