segunda-feira, 5 de julho de 2021

Os ditadores em bicos dos pés

 


Quentes e boas:

Há uns anos, na "maravilhosa" rede Facebook, fui mandada calar, sucessivamente, por pequenos ditadores que, gozando comigo, minimizando o que dizia, bloqueando-me e ostracizando-me, quer nas redes, quer na vida real, me fizeram nitidamente a vida negra acusando-me, depois, de ser demasiado susceptível. Um deles, que agora se queixa muito da ditadura vigente, chegou inclusive a telefonar cá para casa dizendo que havia coisas que eu não deveria dizer. Passaram uns bons anos, oito ou nove, e as suas próprias acções caíram-lhes na cabeça. Podemos dizer que sinto que tenho a mais oito ou nove anos de ditadura em cima do que eles, os meus "iniciadores" (muitos deles dizem-se iniciados, mas noutras cavalarias) nesse universo novo para alguém que nasceu em 69, ano de transição quer no mundo, quer em Portugal, de mentalidades e de regimes. Fico estupefacta com a sua indignação, mas não devia pois esta ditadura do Covid tocou-lhes no bolso e no público, lugares santos para eles e que tanto defenderam das minhas impressões nesses anos quentes do Facebook. Os ditadores em bicos dos pés, somando e seguindo em vendas de livros, palestras, mas sobretudo público venerador, foram avisados das consequências das suas acções e agora espantam-se! Com quê? Já se esqueceram de que eles são o produto de Portugal pós-Descobertas e que, desde aí, tem navegado pelas águas seculares da Inquisição, da perda de Soberania, das Lutas importadas entre Liberais e Absolutistas, entre Monárquicos e Republicanos, entre Regimes Autoritários e Democratas, todas elas lutas e guerras que nos eram estranhas até o pensamento estrangeiro nos invadir? Se fizessem uma cuidada revisão aos seus próprios gestos iriam ver que durante muitos anos e com as responsabilidades invisíveis que dizem possuir, graças aos seus dons superiores na filosofia e no esoterismo, se limitaram a replicar esses sucessivos terramotos de que Portugal foi vítima. E queixam-se agora de que agora não podem falar? Bem-vindos pois ao mundo que vós próprios me apresentaram e que vos sirva de lição para sempre: quem manda calar, mais tarde ou mais cedo é mandado calar. O triunfo dos porcos não é uma ficção. É uma fixação neste país. Agora rebolam-se na mesma dor que infligiram há uns anos. E têm muita sorte em não haver ninguém, como vós próprios já fizeram, a dizer-vos que está tudo dentro da "vossa cabeça" ou que não são suficientemente "coerentes" ou que são "dúbios" e por aí fora... e talvez não digam porque está à vista. Os ditadores em bicos dos pés balançam ao vento entre extremos e dúbia é a sua reputação, dúbias são as suas palavras, dúbias são as suas ideias... tal e qual a pseudo-democracia em que vivemos e que não, não é de agora, da Era do Covid, começou a ser assim muito antes como denunciei no Facebook e antes de me mandarem calar com métodos muito semelhantes aos desta democraparvacia. Bem vindos à fragilidade em que me deixaram. É bom, não é? E sabem que mais? Ao contrário de vós, não contribuí em nada para que isso acontecesse. 

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