O problema dos grandes criadores é que criam o seu próprio mundo e ficam nele e pensam que quem não entende o seu mundo é louco ou estúpido ou as duas coisas. Os copistas não têm esse problema. Copiam infinitamente para chegarem ao maior número de pessoas e serão muito conceituados se arrastarem atrás de si um qualquer Manifesto ( os Manifestos são monumentos oficiais de mármore escrito) que lhes diga aquilo que devem ser e fazer. Um Manifesto será sempre ensinar a missa ao Papa e só serve, se lhe der para aí, como matéria prima entre muitos outros Manifestos. Um grande criador é um absurdo para fora e absolutamente estável para dentro e, em graus de aproximação ao seu interior, é também absolutamente absurdo para dentro e instável para fora. Escrevi é e não "deve" ser. Os que escrevem "devem" são copistas do futuro totalizante que almejam para si e para os outros, e chegam até a escrever Manifestos para isso. Para os grandes criadores só há a efervescência da obra que no seu íntimo é só uma e intraduzível.
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