quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Brisas...




Procurava-se o vazio para que o espírito nele soprasse...

- Tu pensas?

- Penso.

- Eu apenas creio e o espírito sopra por mim sem que dê por ele... sou transparente... vazia e transparente... como as imagens que se querem negar...

- E assim transparente... acabas por ser todas as imagens que negas, porque todas passam por ti, não se detêm. A brisa de Elias passa por ti, mas não és a brisa...

- Tu pensas?

- Penso e vou nas imagens abraçada, uma a uma... provavelmente nunca serei a brisa mas, por momentos, de tão abraçada que estou, sou brisa. Breves momentos. Preciosos.

- Tu pensas?

- Penso que Deus não é nome próprio, nem comum, nem comum colectivo... e que só por breves momentos Ele se ergue de verdade no vale, como uma brisa.

- Tu és a saudade?

- Sou.

(Cynthia Guimarães Taveira)

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