Há um pequeno estojo que guarda vários lápis.
Nele estão contidas as grandes paisagens vastasNas urduras vacilantes o que conhecemos mais
É o corpo que nos sutenta, já da alma que o alimenta,
Poucos são os que a escrevem e menos os que a lamentam.
Esse estojo descansando na mesa tem o nome de seu dono
em sete letras que o marcam: “Saudade” do que a alma é...
Fechado, incluso no compromisso de estudo,
de nada serve saber dos livros e do culto,
se não for aberto e das cores lá dentro se tornar desperto.
Lida cada letra de cada livro na casa de cada um, atento...
Lápis a lápis sublinha as linhas, fragmentos, reuniões de cada tempo.
Linha a linha, de lado a lado e tendo lido o que se foi relendo,
vasta era a alma, muito mais afinal, do que julgávamos ir sendo...
Há um pequeno estojo, num espaço que mal se vê
E é ele que em verdade vê o que sem ele nem se lê nem revê.
(Cynthia Guimarães Taveira)
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