Passo, sem deixar passos na areia,
não porque seja puro espírito,
mas porque a areia não é pura matéria,
quando pensada e reinventada,
na insubmissão da palavra às leis da física.
Passo pela palavra porque a sei,
como a graça de uma garça,
que uma vez dita e sentida
nas fibras do coração,
passa a etapa, larga e total,
daquela outra que vem,
no silêncio da compreensão.
Passa então a palavra por nós,
e uma vez dita, passando,
por essa outra que vem,
no silêncio da compreensão,
torna-se verdade e acredita,
que de toda a matéria que há,
nenhuma é mais real.
(Cynthia Guimarães Taveira)
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