quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Política e Analogia


A política deve submeter-se à capacidade analógica, e a capacidade analógica, submeter-se à evidência da analogia que, por sua vez procede do pensamento simbólico com raiz no próprio símbolo que é sagrado. Há cada vez mais pessoas com incapacidades graves no desenvolvimento do pensamento analógico e simbólico,  entre elas encontram-se numerosos políticos. O Trump e o Bolsonaro fazem parte dessa lista, mas também o nosso mui socialista António Costa disse há dois dias não possuir capacidades esotéricas, rindo-se muito, bastante alegre com o facto, até. Em suma, da casta dos Brâmanes nada tem... Ora o esoterismo vive, em grande medida, por essa capacidade de desenvolvimento de um pensamento analógico e simbólico. Essa é também uma marca de génio como tão bem escreveu Pessoa, a capacidade de relacionar coisas aparentemente sem relação. O carisma de Costa é alegremente anunciado por ele próprio como não existente com um largo sorriso... Porque o carisma anda pelos palácios do simbólico, pelos templos do sagrado, pela unção divina...
Ser Primeiro Ministro, Presidente da República ou Presidente de um país não é possuir um cargo comum, mas torna-se vulgar, corriqueiro, quando é exercido por pessoas comuns. Torna-se em nada de especial, e esse "nada de especial", pode afectar o planeta todo, também ele tornado "nada de especial", igual a Marte, ou a Júpiter. Temos então o mais profundo desprezo enraizado nos nossos líderes pelo próprio planeta que, à sua imagem e semelhança, passam a não ser nada de especial. É assim que, a par com os plásticos no oceano, a praga dos incêndios, e outras coisas "lindas" que se vão fazendo, temos os homens vulgares a lerem a realidade. E lêem-na como nada de especial. Até lhes faltar o ar, a água, o alimento.
A citação da foto foi retirada de um fólio de apontamentos de Leonardo Da Vinci, esse ser fora do comum. Podem encontrá-lo no livro "Leonardo Da Vinci" de Walter Isaacson, publicado pela Porto Editora, na pág. 461. E já agora ler o livro todo. Numa época de pessoas vulgares por todo o lado, ler sobre a vida de alguém que não o foi é uma espécie de balão de oxigénio.

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