quinta-feira, 4 de junho de 2020

Os cromos e os outros


À primeira vista pareço uma pessoa normal mas tenho uma característica específica que é a do acompanhamento. Os "cromos" sempre gostaram da minha companhia. Começou logo no Colégio onde frequentei o Ensino Primário. Os três cromos da turma escolheram-me para amiga e, como nunca tive nada contra os cromos, era amiga deles. Fui crescendo e a coisa foi-se repetindo. Sei bem que nunca tive nada contra os cromos e que foi por isso que sempre me acompanharam. O pior eram os que não eram cromos e não gostavam de cromos. O padrão que encontrei neste convívio com cromos é o seguinte: quem não gosta de cromos nunca chateia directamente os cromos, chateia concreta e directamente quem não tem nada contra os cromos (e não é visivelmente um cromo) porque não têm a coragem de se dirigir aos cromos directamente e dizer-lhes o que têm a dizer. Esta história é tão repetitiva que faz ter dó e é a verdade cristalina. Os que não gostam de cromos sempre se sentiram à vontade para me virem chatear por causa dos cromos. Depois de me chatearem durante muitos anos reconheço o padrão a anos-luz. Custou mas foi. Hoje em dia já não tenho paciência e, quando me vêm chatear porque não gostam de cromos reenvio-os para a responsabilização do seu desagrado e o resultado é o afastamento imediato com o rabo entre as pernas. Por mim, não tenho nada contra os cromos nem contra as pessoas normais. Já relativamente às pessoas normais que não gostam de cromos, também não tenho nada contra, não tenho é paciência. Nenhuma.

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