Sinto uma prática afectuosa com tudo o que com as mãos construo e uma afinidade maior com amigos de longa data (que não seja menos do que trinta anos
) e uma outra afinidade com seres espantosos que encontrei por acaso ao virar da esquina. O restante, parecem-me aves soltas que debandaram para um planeta distante a que não pertenço e sem qualquer ponto de contacto. Fiquei dividida entre o que faço e esses seres, magníficos de há mais de trinta anos e outros, mais recentes, mas desconhecidos das aves que debandaram e que sei que estão felizes lá no planeta onde se encontram, bem afastado do meu. Todos nós vivemos várias vidas dentro de uma. Não sou excepção. E tenho a riqueza e a sorte de ter ainda uma vida extra que me acompanha desde que nasci e na qual confio e me confio em confidenciais conversas.
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