Anacoretas intoxicados de más línguas, povoam o deserto com passos altivos e dizem de si próprios o melhor possível e, dos outros (que noutras grutas e colunas se encontram) que são nada face a si mesmos, autoconsiderados os melhores, os "já salvos", os mais "justos", os mais "íntegros", os "mais qualquer coisa" que os coloque no centro das atenções, nem que seja por um minuto. Dá gosto ver as serpentes e os sacos delas que persistem no seu caminho de cabeça erguida perante as outras, igualmente de cabeça erguida, prontas todas a atacar para assegurar a sua posição (nem que seja a postura de uma galinha). O seu sibilar parece um canto de embalar, os seus dentes parecem uma simples imagem imaginada por nós, mas do seu veneno nenhuma delas está livre. Nem sabem sequer o que é a liberdade embora a cantem e soltem as vozes em coro numa azáfama de preocupação e insegurança demasiado visível.
segunda-feira, 17 de agosto de 2020
Ssseerpentesss
Anacoretas intoxicados de más línguas, povoam o deserto com passos altivos e dizem de si próprios o melhor possível e, dos outros (que noutras grutas e colunas se encontram) que são nada face a si mesmos, autoconsiderados os melhores, os "já salvos", os mais "justos", os mais "íntegros", os "mais qualquer coisa" que os coloque no centro das atenções, nem que seja por um minuto. Dá gosto ver as serpentes e os sacos delas que persistem no seu caminho de cabeça erguida perante as outras, igualmente de cabeça erguida, prontas todas a atacar para assegurar a sua posição (nem que seja a postura de uma galinha). O seu sibilar parece um canto de embalar, os seus dentes parecem uma simples imagem imaginada por nós, mas do seu veneno nenhuma delas está livre. Nem sabem sequer o que é a liberdade embora a cantem e soltem as vozes em coro numa azáfama de preocupação e insegurança demasiado visível.
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