Nos meus tempos de Facebook, um notável que se faz notar, interessado por filosofia e esoterismo, torceu vigorosamente o nariz através de um comentário ao facto de ter colocado um post no qual eu afirmava que gostava da escrita de Miguel Sousa Tavares. Essa personagem de nariz torcido (e que de mim não percebe nada), frequentemente opina sobre política e tende a criticar os vícios da autarquia de Coimbra por lhe dizer respeito. Se se desse ao trabalho de admirar a escrita de Miguel Sousa Tavares (que é muitíssimo agradável de ler), teria esbarrado no seu romance "Madrugada Suja" com uma das melhores descrições que já li sobre as trafulhices que existem entre as autarquias e as empresas de construção civil. Caso o vigoroso crítico literário estiver a ler este blogue, que se dê ao trabalho de procurar, no romance supracitado, a descrição que surge entre a página 183 e a 188. Devo dizer que está muito bem escrito e descrito o processo de ascensão de um "Comendador". Se eu fosse na conversa da Associação Nacional dos Anacoretas do Deserto Filosófico e Esotérico em que neste momento o país se encontra (e que são de um snobismo que não se pode), não me estava a deliciar agora com este romance deste autor que, como sempre, é sensível e atento a Portugal e aos portugueses. Uma agradabilíssima leitura.
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