O que porque outros passaram, pode tornar-se caro, não como
pistas mas como confirmações. Aqui, nestas arribas longas estendidas sobre o
mar, lembro mestres:
Dalila P. da Costa
Fernando Pessoa
Camões
Bandarra
António Telmo
António Quadros
Sampaio Bruno
Neles, o que há de mais comum, mas também de mais
misterioso, de mais imperceptível é a ligação a Portugal que dispensa, nas
comunhões com as quais nos cumprimos, qualquer vínculo ao que nos seja externo
como país e isto porque, pulsando com as paisagens, falando com os momentos e
experimentado as letras, foi o quanto bastou para que, para quem tem ouvidos e
para quem tem olhos, se aperceba de que este pequeno território e esta cultura
feita de pequenos nadas em comparação com tantas outras mais vistosas e
grandiosas, é o suficiente para uma união, em corpo, alma e espírito tanto com
o país visível como com o invisível, sustentáculo iniciático real, não por via
de um imaginário diáfano, mas sim, por via dessa conjunção tripartida feita a
consideráveis dimensões. Adoptar qualquer país ou suas ideias antes do nosso
será uma espécie de emigração espiritual, arriscando-se a ser, sem retorno, legitima, mas longínqua.
(Cynthia Guimarães Taveira)
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