Vou por essa ribeira junto aos mares,
e ao lado, pequenos e leves lagos.
Espuma salta sem nada que a guarde,
E do céu é todo o choro que me arde.
Vou por ela como quem não sabe,
mas sei do vento que nela vai.
Corre em esperança assim à vista,
por mais que saiba o mar atrai
Aves, pássaros nas margens,
brancos de longa perna descansam
Cores tantas deles, em penas vão...
E num estão todos os que são
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Dou a volta no ventre
e o céu não chora mais,
fora dele tudo impele
para o dentro que contém.
Cada gesto cada cor
grita do fundo da vida.
Nunca beijei uma flor,
até hoje, meu amor
Vi Cristo numa história
e dei por ela aflita,
afinal até na sombra
a luz envolve e agita...
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Só te poderei falar
desta terra infinita
no dia em que a guardares
na ribeira, junto aos mares
(Cynthia Guiamrães Taveira)
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