sábado, 7 de março de 2015

Na ribeira, junto ao mar

  



Vou por essa ribeira junto aos mares,
e ao lado, pequenos e leves lagos.
Espuma salta sem nada que a guarde,
E do céu é todo o choro que me arde.
 
 
Vou por ela como quem não sabe,
mas sei do vento que nela vai.
Corre em esperança assim à vista,
por mais que saiba o mar atrai
 
 
Aves, pássaros nas margens,
brancos de longa perna descansam
Cores tantas deles, em penas vão...
E num estão todos os que são
 
 
______________________________
 
Dou a volta no ventre
e o céu não chora mais,
fora dele tudo impele
para o dentro que contém.
 
 
Cada gesto cada cor
grita do fundo da vida.
Nunca beijei uma flor,
até hoje, meu amor
 
 
Vi Cristo numa história
e dei por ela aflita,
afinal até na sombra
a luz envolve e agita...
 
 
______________________________

Só te poderei falar
desta terra infinita
no dia em que a guardares
na ribeira, junto aos mares
 
 
(Cynthia Guiamrães Taveira)


Sem comentários:

Enviar um comentário