Nesta solidão fosca
Habitam-me todos os seres
Não os que invento
Porque a esses não os desejo
Mas os outros
Povoando o mundo
Ecos e ecos são vozes vivas
Pressinto-os
Sinto-os em cada som
Adormecem comigo ao fim do dia
E sei-os quase de cor
Como se fossem uma família
Nesta solidão fosca
Há sóis para além da montanha
E todas as sombras deste vale
Brilham numa manhã que não sei
Atrás do mar, atrás do próprio sol
Atrás dos seus sonhos até
Como jóias que não ouso usar
Guardadas no cofre do coração
(Cynthia Guimarães Taveira)
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