domingo, 12 de janeiro de 2020

Os relógios


Cá em casa em quase todas as divisões há relógios. Quando muda a hora faz-se uma ronda para acertar os relógios. Nesta última mudança de hora, o mesmo se fez, mas uma súbita vontade própria foi dada a cada um deles, nem faço a mínima ideia do porquê e,  todos eles resolveram, passados os uns dias, marcar a hora que consideram "aproximada". Assim, uns estão adiantados dez minutos, outros atrasados um quarto de hora, outros cinco, outros dois. Enfim, os únicos relógios que estão certos são os da televisão e os dos telemóveis. Estou farta de pensar em acertá-los, mas penso que bem lá no fundo não me apetece e espero pela próxima mudança de horas. Ainda por cima é na Primavera o que é sempre bom. Nos entretantos dou por mim a não saber a quantas ando e a consultar o relógio do telemóvel. Olho em volta, pela casa, e o tempo parece-me plástico, quase escorregadio como o de Salvador Dalí. Parece que flutuamos numa dimensão dimensão atemporal cá em casa. O que, provavelmente, explica muita coisa.

PS: este texto foi escrito antes das dez para as três. O relógio da sala, marca agora 15.03h.

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