quarta-feira, 23 de janeiro de 2019
O contraditório
Fui a uma papelaria comprar um jornal e perguntaram-me se necessitava de um contraditório, respondi que não, que as contradições do jornal me bastavam. De contraditórios já ando rodeada e passo o tempo a pensar que são as contradições sucessivas da actualidade que constituem o meu principal contraditório. Se não, vejamos:
Este hábito recorrente de se tapar o sol com a peneira resulta numa imensa contradição. Por um lado querem a luz (senão não olhavam o sol) e por outro tapam-na com a peneira. O resultado é um lusco-fusco indefinido e... contraditório. Qualquer pôr ou nascer do sol é mais definido. Nos sonhos aparece-me a realidade tal qual ela é e, na vida, aparecem-me sonhos indefinidos em todas as áreas. A vantagem do pôr e do nascer do sol é esse lusco-fusco definido onde estou entre o sonho e a realidade bem definidos ainda que já a dormir em pé ou acabada de acordar. Qualquer contraditório interno é melhor do que qualquer contradição externa. Se quero um contraditório? Não, quero um jornal e quanto menos contradições nele melhor. Já sou suficientemente contraditória. O que eu queria mesmo era um jornal com novidades mas isso, nos dias d'hoje é uma contradição.
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