domingo, 13 de janeiro de 2019
Pornográficos e Ordinários
https://www.publico.pt/2019/01/13/sociedade/noticia/poema-fernando-pessoa-censurado-manual-portugues-12-ano-1857743
Antigamente, quando se "cortava" qualquer coisa era censura. Agora mudou de nome, é mais "política/moralmente" correcto. Vantagem: houve uma série de alunos que foram ler o poema depois de se saber do corte "cirúrgico". Os responsáveis pela editora parece que não têm consciência disso. Ou não querem.
Numa altura em que o número de leitores decresce consideravelmente e o número de editoras também é cada vez mais reduzido, nada como, a pretexto de um pudor inexplicável (a televisão emite todos os dias imagens chocantes que não aquecem nem arrefecem o público juvenil tal é a ausência de consciência democratizada) resolve, em abono proporcional, reduzir o poema de Pessoa. Somos civilizados sem civilização. Porque uma civilização é definida, em grande parte, pelos seus criadores. A civilização egípcia reconhece-se pelos legados artisticos, assim como a grega e etc e tal. A nossa, que não existe, é indefinida pela política e pela economia que se sobrepõe a tudo e, quando há artistas, verdadeiros como Pessoa (e não fantoches que é o que há mais) há que resurá-los porque são cheios de mais para o vazio que se quer circundante.
Pornográficos e Ordinários são os programas, os horários e o ambiente de sala de chuto das escolas... E censuram os poetas.
Fernando, ri-te desses parolos que te querem censurar.
Crianças, vão ler Pessoa porque o fruto proibido é o mais apetecido.
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