quinta-feira, 17 de outubro de 2019

Para os inovadores

Desenho de Cynthia Guimarães Taveira

Antropologicamente, a beleza é cultural, um dado adquirido culturalmente.
Mas aquilo que a beleza é, de facto, é uma Revelação. Nesse sentido (quem não a sentiu assim, não a sentiu e disso não passamos), ela é Celeste. Há uma tribo para a qual os dentes pretos são considerados belos, há um povo para o qual são os dentes brancos assim considerados. Mas quem viu a Luz passa a vê-la onde ela está. Exactamente onde ela está. A cultura não condiciona aquilo que se apreende do alto. No alto, não há tolerância, há verdade. É nesse ritmo com que dois corações procuram pela floresta os sinais da beleza que, subitamente, numa clareira, a luz se revela fazendo com que tudo à sua volta se dissipe em direcção ao seu verdadeiro lugar, o lugar do incerto. E apenas quando regressam da floresta sabem reconhecer a luz onde ela está. Não há corrente filosófica, por muito vanguardista que seja, digna de lavar os pés da Iniciação.

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