A monitorização veio em substituição do olho que tudo vê. É uma opção como qualquer outra, mas não deixa de ser uma opção dentro daquilo que ao ser humano é dado a optar. O descontrolo total é sempre a moeda de troca do controlo total. Ao segundo segue-se sempre o primeiro. Isto no campo humano e a marcha do mundo é descendente neste momento. Ainda há pouco cá em casa, alguém me disse: "Se não comes a sopa vais para o Afeganistão". E comi-a toda. Mesmo sabendo que vivo no descontrolo total é preferível este último ao controlo total. A vizinha deu-me uma couve pela manhã e à tarde fiz-lhe um bolo de limão com cobertura de chocolate de ananás. Neste caso não houve nem controlo nem descontrolo. Quando nos apetece damos coisas uns aos outros. Os apetites são aparentemente descontrolados, mas existe a ordem inaparente, esta última muito mais de acordo com o olho que tudo vê do que com a monitorização moderna. Vive e revive na justiça e não obriga à separação das águas porque são as águas primordiais donde surgiu toda a ordem e toda a divisão.
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