Dou por mim na infatigável manutenção da liberdade interior por ser a única que nos resta. As sementes dos anos 2011/12 cresceram apropriadamente. Vi-as todas a passar diante dos meus olhos e em várias secções fabris. A primeira da qual me dei conta foi a do ódio à sabedoria. Lembro-me de deixar os atentos com laivos de raiva sempre que era indicado um livro, uma ideia. A partir daí foi tudo. A pouco e pouco, o mundo que conhecera e no qual falar sobre o que nos ia pela alma, tornou-se cada vez mais apagado. Todos estes sintomas de medo, retaliações, impotência, insegurança, experimentei-os antes que se tornassem monstros gigantes perpetuados por ideologias super-novas com raízes em guerras arcaicas, tirânicas e titânicas anteriores à nossa Era pós Cro-Magnon.
Talvez ainda não se tenham apercebido das novas gerações que aí andam. Criadas a telemóvel, num mundo virtual onde podem ser tudo o que querem, habituaram-se como mestres ao dom da dissimulação. Estão preparadas para um mundo infernal. Descem facilmente ao submundo e regressam impecáveis e bem penteados. Nunca fui muito apocalíptica. Sempre afastei essa ideia do espírito, no sentido de uma Revelação que desoculta a imensa guerra mundial. Hoje, perante os factos, já não sei. Tenho pena de cá quem fica por desconhecerem outras facetas benignas da dimensão humana que não estas, todas elas atrozes. O mundo foi invadido, literalmente, por demónios que andam, umas vezes, ombro a ombro com os seres humanos, incorporam-nos outras, e vão vencendo sempre.
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