Se estes caminhos fossem sistémicos, coisa que não são, não poderia contar a história verídica de um Arcebispo da Igreja Ortodoxa Grega que para avaliar a pintura de ícones dos seus aprendizes de pintura, virava a pintura ao contrário pois só assim conseguia avaliar o estado de espírito do pintor. Também não vos poderia falar da árvore invertida, cujas raízes estão no céu e que representa o verdadeiro ser humano. Também nada teria a dizer da gruta que é a montanha de pernas para o ar, gruta de luz e dos seres nascidos nessa luz, e do arco-íris reflectido nas águas nada teria a lembrar René Guénon quando assim o relaciona com o ovo do mundo, luminoso, igualmente. De maneira que as relações entre o alto e o baixo, entre o céu e a terra, entre o céu e o Inferno, terão ainda mais para dizer. Dante reparou nisso, por acaso. Um dia pediram-me para fazer um arranjo de flores ao contrário, e lá do céu, olhando para baixo, a terra parecia outra. Se houvesse um sistema, assim direitinho que pudéssemos seguir como um livro de instruções, seria tudo mais fácil. Mas não teria nem tanta graça nem tanta Graça. Não há vidas repetidas e é por isso que a moral anda muito perto da idiotia.
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