Quando entrámos na CEE e entraram no país aqueles fundos monetários da Europa, tivemos a nítida sensação de que era a primeira vez que nos sentíamos folgados economicamente desde a revolução. Como um esfomeado que quando tem comida, come demais e demasiado depressa o que resulta numa indigestão. Foi isso que se passou. Muitos fundos mal aplicados e falta de Norte, tanto da parte de Portugal como da parte da Comunidade Europeia que serviu sobretudo os interesses dos países do centro, a França, a Alemanha.
Agora, numa conjunção favorável que é produto da habilidade do Centeno (e cuidado com as habilidades que podem ser só isso, habilidades), e uma certa dinâmica económica que provém do turismo e da "imagem" projectada no exterior, a par com uma relativa estagnação das políticas muito económicas e muito pouco sociais e culturais da Europa, estamos neste momento, com um resultado parecido: há uma certa folga económica que permite a alguns (não tantos como isso porque ainda há quem passe mal e a emigração em "tenras" idades permanece) respirarem. O problema fundamental e de base permanece: a existência de um projecto para o país. Ora um projecto para um país para ser sustentável e em simultâneo duradouro deve ter sempre uma base cultural. Se for apenas uma base económica, ao mínimo vendaval externo, sejam os movimentos das bolsas e dos mercados, seja uma qualquer guerra, o país cai de novo a pique. A cultura não é coisa que se "importe" de um dia para o outro. Ela é produto da História e da continuidade dela. Assim, seria bom que os nossos governantes, muito pouco habituados a ler estes temas de cultura portuguesa e ainda com aquele costume irritante (isso sim, é o "irritante"...) de ouvirem quem sabe mais e de dizerem com a cabeça autenticamente nas nuvens a tal palavra que não quer dizer nada, o velho termo "interessante", passassem a dar de facto peso e dimensão à cultura portuguesa naquilo que ela tem de Antigo muito mais do que naquilo que tem de "moderno" e que é uma mera importação recente e altamente deformada. Se o Berardo quiser vender toda a "colecção" de monstruosidades, é deixá-lo vender porque francamente aquilo não vale nada a não ser o que vale no "mercado" e talvez abata uma parte da dívida à Caixa (o banco que paga as reformas, algumas de pouco menos de quatrocentos euros). Assim, o projecto de um país reside no seu passado. Não vale a pena andar às voltas e querer muito a "inovação" e a "competição", porque não está aí a base cultural. A base cultural está na Tradição e na Amizade, dois termos opostos a esses "inovadores" e "competitivos" que são sinónimos da selvageria empresarial. A "inovação", aparece depois de muitas horas de tradição, e nasce espontaneamente de parto não provocado. A competição, não chega a aparecer, o que há é um reconhecimento da qualidade da nossa cultura, da nossa forma de pensar, de estar e de ser. Isso é completamente diferente da competição porque esse reconhecimento é espontâneo. Se um político lesse isto se calhar diria "que interessante" e isso seria mais uma vez a prova de que não tinha percebido nada do que leu. Não é "interessante" como uma coisa que fica adiada para mais tarde se pensar nela. É, de facto importante que não se caia no mesmo erro em que se caiu aquando a vinda dos primeiros fundos comunitários, com o preço de voltar a ficar tudo na mesma. O investimento na educação de qualidade e não de quantidade de aulas e matérias que só cansam e sobrecarregam os alunos e não os formam de maneira nenhuma na sua estrutura que deveria estar ligada ao país a que nasceram é uma forma de defesa e, em simultâneo, de poder ser a base de um projecto para o país. Enquanto os portugueses pensarem que são filhos do futebol, lacaios parasitas de turistas e primos da economia, tudo isso, mais dia menos dia, cai pela base porque a base não é sólida. A solidez vem do passado. Os alicerces estão lá e são indiscutíveis, inalteráveis e extremamente ricos, quer em Amizades quer em Tradições. É para aí que se deveriam voltar os nossos olhos e não para modelos de pensamento que nos são absolutamente estranhos e que perante os quais somos, no mínimo, desajeitados.
Agora, numa conjunção favorável que é produto da habilidade do Centeno (e cuidado com as habilidades que podem ser só isso, habilidades), e uma certa dinâmica económica que provém do turismo e da "imagem" projectada no exterior, a par com uma relativa estagnação das políticas muito económicas e muito pouco sociais e culturais da Europa, estamos neste momento, com um resultado parecido: há uma certa folga económica que permite a alguns (não tantos como isso porque ainda há quem passe mal e a emigração em "tenras" idades permanece) respirarem. O problema fundamental e de base permanece: a existência de um projecto para o país. Ora um projecto para um país para ser sustentável e em simultâneo duradouro deve ter sempre uma base cultural. Se for apenas uma base económica, ao mínimo vendaval externo, sejam os movimentos das bolsas e dos mercados, seja uma qualquer guerra, o país cai de novo a pique. A cultura não é coisa que se "importe" de um dia para o outro. Ela é produto da História e da continuidade dela. Assim, seria bom que os nossos governantes, muito pouco habituados a ler estes temas de cultura portuguesa e ainda com aquele costume irritante (isso sim, é o "irritante"...) de ouvirem quem sabe mais e de dizerem com a cabeça autenticamente nas nuvens a tal palavra que não quer dizer nada, o velho termo "interessante", passassem a dar de facto peso e dimensão à cultura portuguesa naquilo que ela tem de Antigo muito mais do que naquilo que tem de "moderno" e que é uma mera importação recente e altamente deformada. Se o Berardo quiser vender toda a "colecção" de monstruosidades, é deixá-lo vender porque francamente aquilo não vale nada a não ser o que vale no "mercado" e talvez abata uma parte da dívida à Caixa (o banco que paga as reformas, algumas de pouco menos de quatrocentos euros). Assim, o projecto de um país reside no seu passado. Não vale a pena andar às voltas e querer muito a "inovação" e a "competição", porque não está aí a base cultural. A base cultural está na Tradição e na Amizade, dois termos opostos a esses "inovadores" e "competitivos" que são sinónimos da selvageria empresarial. A "inovação", aparece depois de muitas horas de tradição, e nasce espontaneamente de parto não provocado. A competição, não chega a aparecer, o que há é um reconhecimento da qualidade da nossa cultura, da nossa forma de pensar, de estar e de ser. Isso é completamente diferente da competição porque esse reconhecimento é espontâneo. Se um político lesse isto se calhar diria "que interessante" e isso seria mais uma vez a prova de que não tinha percebido nada do que leu. Não é "interessante" como uma coisa que fica adiada para mais tarde se pensar nela. É, de facto importante que não se caia no mesmo erro em que se caiu aquando a vinda dos primeiros fundos comunitários, com o preço de voltar a ficar tudo na mesma. O investimento na educação de qualidade e não de quantidade de aulas e matérias que só cansam e sobrecarregam os alunos e não os formam de maneira nenhuma na sua estrutura que deveria estar ligada ao país a que nasceram é uma forma de defesa e, em simultâneo, de poder ser a base de um projecto para o país. Enquanto os portugueses pensarem que são filhos do futebol, lacaios parasitas de turistas e primos da economia, tudo isso, mais dia menos dia, cai pela base porque a base não é sólida. A solidez vem do passado. Os alicerces estão lá e são indiscutíveis, inalteráveis e extremamente ricos, quer em Amizades quer em Tradições. É para aí que se deveriam voltar os nossos olhos e não para modelos de pensamento que nos são absolutamente estranhos e que perante os quais somos, no mínimo, desajeitados.
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