domingo, 21 de abril de 2019
Coincidências (in) significaticas
A maior parte das coincidências no curso da minha vida foram insignificativas. Outras foram muito significativas. Dir-me-ão que relativamente às insignificativas a falta será minha porque não lhes vi o significado. Permanecem, por isso, insignificativas. Não digo insignificantes porque a determinada altura passei a utilizá-las para ir sabendo mais umas coisas. Um exemplo: um nome, um animal etc, que me surja recorrentemente ao longo de vários dias e não lhe captando sentido nenhum, passou a ser aproveitado para saber mais. Creio que foi à conta disso que acabei por ler vários dicionários de símbolos de forma se não completa, quase completa. Ou seja, não lhe dei um peso por ali além mais acatei a sugestão do destino para ir sabendo outras coisas. As outras tiveram todo o peso do mundo. Com o passar do tempo dizem que nos recordamos das coisas mais distantes na memória e as mais esquecidas também. Isso é uma imagem por refracção, uma imagem fraca do que se passa, a páginas tantas, com alguns percursos iniciaticos (senão com todos), em que a vida para trás adquire uma dimensão simbólica e uma interpretação (que nada tem de psicanalítico ou de moral) de que até aí não era alvo de suspeita sequer. O mais maravilhoso em tudo isto é a grande mistura entre aquilo que é verdadeiramente único em cada vida e aquilo que é susceptível de ser entendido por meia dúzia de pessoas, se tanto. A maioria das vezes em que dizemos "entendo" é um puro acto de imaginação. Imaginamos que entendemos e convencemo-nos que entendemos até que um dia, a vida, lembrando-nos que não entendemos nada de facto, nos leva, por fim, a entender. Ou não, depende dos casos e daquilo que há para entender.
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