sábado, 28 de dezembro de 2019
São rosas, senhor, são rosas
Frescas são, colhidas hoje
Onde não há poetas, só poesia
A antropologia do novo córtex
Suscitou grande debate nacional
Não discursa, nem aparenta o que não é
Não faz trabalho de campo, nem de quintal
Nao usa muito a razão quando lavra
Não anda por Satã, nem por serpentes
Lembra-se sempre do que lê
Sabe o título e a página
Soletra se tiver de ser
Frescas, tão frescas colhidas hoje
Heréticas e mais rosas por isso
A poesia não precisa de bordéis
Nem de mar ela precisa
Nem de factos ou de vidas copiadas
Nem de bajuladores de génios
Que a sustentem.
Rosas colhidas Hoje
Para sempre frescas junto à Hora
À poesia fresca junto à Fonte
A razão nao vence por não a ver
Só a poesia vê os amores
Que lhe aparece trincar
E levá-los na boca
Como amargas amarelas
Que antes até das amendoeiras
Anunciam a Primavera
O mundo mal acabou de nascer
E já viu a rosa
E ela canta nos sentidos dele
Antes dele ter nascido
O novo córtex da antropologia
É inquebrável
Nasceu do coração
Mergulha na alma
E ascende na coroa
Quem não é poeta
Não sabe dos lugares
Onde não há poetas
Só poesia...
Colhidas Hoje
Junto à Fonte
Nascidas na Hora
Hoje
Fonte
Hora
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