sábado, 1 de fevereiro de 2014

O tempo, o dinheiro, as pessoas, os recursos e a Europa


 
No link abaixo colocado está parte de um relatório de 200 páginas sobre retretes europeias. Não deixa de ser simbólico porque nada deste mundo está livre de interpretação enquanto houver cabeça e coração. Pois é nas retretes que se “coloca” aquilo que não presta para o organismo, sendo que um dos problemas europeus é esse exactamente. Notemos que, hoje, a Europa é um espelho invertido da China. Um espelho invertido não quer dizer que seja equilibrado, ele está simplesmente invertido. Ora, que bem se note que a retrete é o símbolo da produção Europeia, e, consequentemente, o que nela se coloca. Ainda que seja negado por muitos a  ambição Europeia seria ser um conjunto de Estados Unidos, semelhante aos Estados Unidos da América. A diferença esquecida está na forma de como a América nasceu e na forma de como a Europa nasceu e foi sendo contruída. Negar que é uma manta de retalhos é nem sequer respeitar a  sua História. Se a América nasce de uma guerra bipolar (Norte-Sul - para não falar na primeira  de todas, dizimando os povos indígenas) ), há muito resolvida e há muito entendida como a base da sua identidade, numa espécie de mitologia privativa que se basta a si própria para se ir justificando, a Europa, nada tendo de bipolar, nessa tentativa de “imitação” dos Estados Unidos da América, acaba por o ser, exitindo uma divisão nítida entre os países periféricos e aqueles que não o são. O resultado, como sabemos, está a ser desastroso e está a alimentar, ainda que sem noção disso, uma China desgovernada, abrindo portas para que se passe no outro lado do mundo aquilo que a Europa nunca teve como sonho humanitário. E um dos erros, foi exactamente uma péssima relação com o território, que é aliás, o ponto fraco Europeu. A China, como Império do Meio, sempre esteve no centro do seu próprio mundo. O Estados Unidos fizeram-se “centro do mundo” por auto-recriação, a Europa, ambicionou-o mas tomando modelos que lhe são estranhos e  inapropriados. Daí que, as retretes, como consequência, tivessem adquirido o estatuto de símbolo: não respeitando os vários territórios que constituem a União Europeia, e aquilo que têm para dar, o resultado é um excesso de desperdício (dinheiro, pessoas, recursos, tempo exactamente aquilo que a China não faz, em excesso também...) ou de dejectos “atirados” para a retrete: desperdiçou-se a agricultra e a produção dos países periféricos e consequêntemente estes desperdiçaram o seu território e a sua produção, ou sendo pagos para abandonarem as suas culturas ou sendo levados a “deitar fora” o que produziam por não estarem dentro das normas Europeias. A última coisa  será, evidentemente, deitar fora as retretes (que subirão de preço, a não ser que os chineses as vendam), local para onde, apesar de tudo, era possível atirar o desperdício. Chama-se a isto, não uma contrução europeia, mas sim, uma auto-destruição europeia. Mas a Europa, tem, de facto, esquecido num tempo, algum mito primevo, raptada, num acto de amor, por Zeus, disfarçado de Touro, (ou da primeira letra do alfabeto que começou por ser uma cabeça de touro), touro aliás, que, por via das touradas está ligado aos países periféricos (Portugal,Espanha e Grécia...). Talvez só possa adquirir a sua identidade se, de algum modo, tiver em conta as periferias, neste caso as primeiras vítimas de uma Europa construída sobre pés de barro, servindo, ainda que não fosse para outra coisa, para identificar os pés de barro. Neste momento, o rapto da Europa está a dar-se exactamente por esses países periféricos que, como vitimas sacrificiais, estão a denunciar os erros e, sem a consciência desses erros, só resta mesmo ao projecto europeu, contar e medir retretes num “passeio dos alegres” até ao fim do abismo que ela própria formou, quando, em acto de amnésia ( e produto de uma 2ª Grande Guerra que tentava apagar as heranças do médio oriente – local onde Zeus vai exactamente raptar a Europa...) voluntário e percipitado, se esqueceu do que sempre se esquece: à conta de modelos estrangeiros perde o rumo. O mesmo problema que Portugal tem, evidentemente. E até nisso, podemos dar o exemplo a uma Europa vivendo em Estado narcísico mirando-se no espelho, achando-se a mais bela...  Portugal ainda tem a capacidade de chorar na floresta dos enganos. Enquanto chora, ao menos, ainda existe como exemplo, ainda que seja a memória da memória. Se a Europa contasse as lágrimas de Portugal, daí retiraria o sal da vida e não juros...

 

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