terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Pessoas como livros, livros como nós. Leitores, alguns, como palavras em vida



No único e permitido
Horizonte aparecido
A Dama de Xangai
Move-se por entre espelhos
Seu rosto
Ganha outros rostos
Seu vestido
Outros criadores
Seu tom de cabelo
Outras tonalidades
Sua voz, outros cantos
Seu gestos
Outros modos
Seu coração
Outros segredos
Sua alma
Almas outras
Move-se e torna-se
Marioneta do que é
No gesto do teatro
Do absurdo da existência
E que outros modos são?
E que outros segredos desvendam?
Almas outras que não partiram?
No encanto de saber
Pára o gesto um segundo
Além dele, o permitido há
Outros olhos mais acima
da cópia falsa da verdade
Da mentira original
Antecedem o início
Da cópia falsa da mentira
Da verdade original
E no fuso
Bem no centro dele
Almas outras
Nem outras são
Mas a mesma
Noutras histórias
Se o vento a ergue em solidão
Cai em chuva forte
De mãos e almas dadas
Só assim se mente
A semente da verdade do futuro
E nasce a verdade no presente
Para além do espelho mentido e duro

 

(Cynthia Guimarães Taveira)

 

 

 

 

 

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